O mito do eterno retorno
Comeu
Comeu tanto.
Passou mal, mas comeu
Tanto
Comeu tanto, mas passou mal
passou mal e comeu tanto
tanto tanto passou...
out. 2004
vejam: todas essas afetações
vejam: todas essas afetações
vejam: todas essas afetações
risquem
as afetações
diluam
as afetações
calem
as afetações
vejam: toda a simplificação.
um ponto
um ponto
um ponto
à espera de um sopro.
18.01.2009
postulo
no nível deste braço
na extremidade deste braço
um assunto
um princípio de conhecimento
afirmo uma inteligência
e na outra extremidade
uma negligência
o corpo
ele pode exemplificar tudo.
todas as extensões e distensões.
26 de fev. 2009, começou com a palavra postulo e pensando em braços.
título provisório: meu livro de Karl Blossfeldet
um maravilhamento:
se não há amor
também não sinto seus desdobramentos
maravilhas do ser sozinho
maravilha depender apenas do dia
Impediram-me da loucura.
As dores
tão suportáveis
que nulas.
Um maravilhamento
o mundo se abre
em raízes
em pétalas
em pólen
em talo
em caule
em articulações
para a vida
e nisso entendemos também a sobrevivência.
Um fundo infinito
uma haste
e um caminho
uma haste
e uma construção
uma folha
que não é só ornamento
mas em si
a sua solução de vida
maravilhas do ser sozinho:
as plantas no papel
isoladas
valorizadas
aumentadas
e eu a vê-las...
sem amor
sem desconforto
sem loucura
sem espera.
23.09.2008
***ir para os poemas de amor
o caminho:
eu te amo por todos os dias da vida , eu amo por todos os momentos que não posso amar e amá-lo e amá-lo e amá-lo. agora me escondo nessas palavras , quanto mais me demonstro e demonstro isso: essas palavras pisadas, não minhas, não entendidas, essas palavras...
essas trobas, essas trobas
a paródia- o amor
22/08/2006 (sobre o projeto do caminho dos poemas de amor)
Enquanto penso em dar-lhe
o meu magro seio
as questões rodopiam
num mundo
sem a minha coletividade
sem meu temperamento
E há a necessidade
um indivíduo que
arrote
a pequena fome
Um canto que destoe
da inadequação
Enquanto penso
insinuações sensuais
há uma corrupção no tempo
na ascensão
na queda
e eu aqui a divagar
a amar
e amar
mar
O meu orgasmo não é necessário
o meu eu eu eu
é descartável.
21/11/2005
Sol
um dedo-reto
aponta
aquilo que não tem horizonte
aquilo que nem a linha disfarça
dedo-reto
quase sem referência no espaço
o dedo,
cego.
sufocado
por um monstruoso
e delirante Sol
Entorpece a linha
o dedo
Exclui qualquer outra tentativa
de paisagem
Ele,
unívoco
um imenso umbigo.
1° semestre de 2008
A coma
Placas amorfas
Desgrudando-se de sua pela
Pequenina é morte
Mais forte é a sorte
De permanecer aqui
1999 (para minha avó)
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